Evento que encerra as atividades do programa de extensão da UnB teve a presença da piloto de fórmula Indy Bia Figueiredo

Da UnB Agência

 

O ano de 2013 foi de muitos aprendizados para 18 estudantes do Centro de Ensino Médio 404 de Santa Maria (CEM 404), que integraram a primeira turma do Projeto Meninas Velozes, programa de extensão da Faculdade de Tecnologia (FT) da UnB, em parceria com a Universidade Católica de Brasília. “As tutoras nos mostraram o quanto é importante darmos valor ao estudo. Tudo que aprendemos na escola, a gente vai usar. É o nosso futuro”, reconhece Janayna Gomes da Silva.

 

O relato foi feito nesta segunda-feira (9), no Auditório da FT, durante a cerimônia de encerramento e entrega dos certificados de participação no Projeto Meninas Velozes. A solenidade, que celebrou o primeiro ano de ações do programa que incentiva meninas a seguirem carreira nas Ciências Exatas, contou com a presença da piloto de fórmula Indy, Bia Figueiredo, a primeira mulher no mundo a vencer uma corrida da fórmula Renault. Ela falou às estudantes sobre a Carreira da mulher no ambiente masculino.

Bia relatou o preconceito que enfrentou para ocupar um lugar nas pistas de corrida, um universo ainda muito masculinizado. “Naquela época, não tinha nenhuma mulher no topo. Eu não tinha uma referência. As pessoas falavam: ‘Bia, menina não pode correr. Pode sim, eu dizia’”.

 

Ela recorda como os meninos detestavam perder para ela. “Se eu for contar a quantidade de campeonatos que perdi pelo fato de me jogarem para fora da pista. No começo, eu chorava. Depois revidava as batidas e assim fui conquistando respeito”, diz Bia, que começou a correr aos oito anos e hoje integra a categoria mais rápida do automobilismo, a fórmula Indy, com carros que atingem 380 quilômetros por hora.

 

Depois de 20 anos de carreira, ela aconselhou as jovens a enfrentarem seus medos e não desistirem dos seus objetivos. “Busquem a experiência. Não percam as oportunidades. Todo dia vocês vão ter um desafio, então tentem vencer todos os dias”.

 

O evento contou com a presença do diretor do Centro de Ensino Médio 404 de Santa Maria, Ricardo Rocha, a vice-reitora da UnB, Sônia Báo, o diretor e a vice-diretora da Faculdade de Tecnologia, Antônio César Brasil e Alba Valéria Rezende, a decana de Extensão, Thérèse Hofmann, além dos professores que coordenam o projeto. “As atividades têm de chegar onde a universidade pública ainda não está. Sem esse incentivo para que os alunos façam nosso vestibular, a gente não tem uma razão de ser”, disse Thérèse.

 

 Foto: Emília Silberstein/Secom-UnB

MENINAS VELOZES – O projeto nasceu da necessidade de superar a falta de profissionais da Engenharia e garantir, sobretudo, equidade de gênero na área. “Somente 20% a 25% dos alunos de Engenharia da UnB são mulheres. A maioria são homens”, diz a estudante de Engenharia Mecânica, Cecília Correa. Ela espera que a iniciativa mude essa realidade. “Quando as meninas [do Projeto Meninas Velozes] estão aqui na faculdade fazendo alguma oficina, a gente gera um movimento na universidade. Quem é esse bando de menina de rosa?”, conta.

 

A iniciativa também tem o propósito de levar as atividades da Universidade de Brasília além dos seus campi. “Espero que seja uma sementinha não só para a FT, como para toda a universidade. São projetos com esse porte que acabam se multiplicando”, reconhece a vice-reitora, Sônia Báo.

Saiba mais sobre o Projeto Meninas Velozes.