Parte de lote de calcitas apreendidas pela Justiça Federal será exposto no Museu de Geociências da Universidade.

O Departamento Nacional de Produção Mineral, ligado ao Ministério das Minas e Energia, doou dois quilos do mineral calcita ao Instituto de Geociências da Universidade de Brasília. O reitor José Geraldo de Sousa Junior e o diretor do Departamento, Sérgio Augusto Dâmaso de Sousa, assinaram termo de cessão que concede a universidade o direito de uso para a pesquisa e ensino, mas veta qualquer uso comercial. O encontro aconteceu na tarde desta sexta-feira 20, na sede do Departamento.


A amostra recebida pela UnB faz parte de lote de 100 quilos no valor de 31 mil reais apreendido pela Justiça Federal. “Sempre que o material não tem valor de mercado significativo se reserva uma parcela para ser doada a instituições de pesquisa. O resto do lote vai a leilão”, explicou Doracy Fernandes, procurador em exercício no Departamento Nacional de Produção Mineral. O minério doado é da região do Morro do Cristal, próximo a cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul.


As calcitas são cristais de carbonato de cálcio em formato de cubo e que apresentam faces consideradas quase perfeitamente lisas, ou seja, que exigem pouca e nenhuma lapidação. “São minerais muito raros e de alta qualidade por causa de sua transparência e qualidades na refração da luz”, explicou o professor Detlef Hans Walde, diretor do Instituto de Geociências da UnB, ao receber os cristais das mãos do diretor Sérgio Dâmaso.

VALOR – O professor esclarece que o mineral adquire o formato característico por causa do ambiente em que é formado. “Quando ele tem espaço para crescer – em galerias subterrâneas, por exemplo – tende a adquirir essa forma característica”, disse. Em condições menos propícias, o carbonato de cálcio adquire formatos mais irregulares. Segundo ele, as calcitas já tiveram amplo uso na indústria ótica, especialmente na fabricação de lentes, mas foram substituídos por materiais sintéticos. “O mineral, no entanto, ainda tem um grande valor para pesquisa ou coleções”.


A doação fará parte do acervo do Museu de Geociências, que funciona junto à sede do Instituto de Geociência, localizado no prédio da UnB conhecido como Minhocão. “As exposições são abertas ao público externo”, explicou Detlef. “Sempre recebemos visitas de escolas públicas e disponibilizamos monitores para explicar o que são as peças”, completou.


Atualmente o Museu está em reforma e tem reinauguração prevista para maio. Também compareceram à solenidade de doaçao a decana de Pesquisa e Pós-Graduação, Denise Bomtempo, o decano de Ensino de Graduação, José Américo Garcia, e o diretor do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico, professor Luís Afonso Bermudez.