A professora e decana de Extensão Thérèse Hofmann, por meio do Instituto de Artes (IdA), realiza projeto de reutilização do papel moeda descartado pelo Banco Central e de reciclagem de bitucas de cigarro.

Arquivo pessoal

O trabalho consiste em reaproveitar ambos os materiais, que antes eram jogados na natureza, transformando-os em papel novo para reuso. O projeto é uma parceria do IdA com o Instituto de Química e o Departamento de Engenharia Florestal da universidade.

 

A ideia da reciclagem do dinheiro surgiu em 1992, quando houve a troca da moeda cruzeiro para o real. Naquele ano, Thérèse fazia um trabalho de conscientização da coleta seletiva no Banco Central, quando decidiu pesquisar a reciclagem do dinheiro que se acumulava por conta da série de mudanças econômicas que o país enfrentou. “Em poucos anos, o Banco Central estava com um volume considerável de dinheiro a ser descartado e não usava a queima como forma de descarte desse material. Então, foi lançado esse desafio”, explica a professora.

 

Na reciclagem das bitucas, o aluno de Biologia Marco Antônio Duarte, que cursava a disciplina de Materiais em Arte, levou a ideia de pesquisar os restos de cigarro como material artístico. “Começamos a pesquisar a possibilidade de uso das bitucas e conseguimos desenvolver tecnologia para produzir papel. O reaproveitamento do material é grande”, afirma Hofmann.

 

A professora explica que os processos são bem simples e fáceis de serem replicados. O desafio atual é conseguir financiamento para a difusão dos projetos como forma de inclusão social. A proposta é viabilizar linhas de produção que aproveitem diversos materiais na confecção de produtos artesanais ou semi-industriais, tais como as bitucas, o dinheiro, sacos de cimento, resíduos agricolas, etc.

 

Ricardo de Sagebin/Divulgação
A reciclagem dos restos de cigarro gera papéis de vários tipos

Parte dos papéis reciclados é transformada em convites de festas e vendidos em gráficas e em papelarias. O dinheiro é reinvestido em recursos para os projetos de extensão, incluindo o Reciclando papéis e vidas, projeto que qualifica profissionalmente ex-presidiários e ensina noções de informática, reciclagem de papel, encadernamento e higienização de livros.

 

A carta patente da reciclagem de papel moeda foi concedida em 2008 pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), 12 anos após o requerimento. Até o momento, a patente da reciclagem das bitucas não saiu.