A aluna do Programa de Pós-graduação em Nutrição Humana Mariana Veras, orientada pela professora Lívia Pineli, está desenvolvendo uma pesquisa de doutorado para analisar o impacto das formas de cultivo do maracujá do cerrado (Passiflora setacea).
Com a análise sensorial, organizada em forma de degustação na última semana, a doutoranda busca verificar a percepção dos voluntários quanto à aceitação do fruto em forma de refresco. Após preencher um termo de consentimento, o voluntário era apresentado a seis amostras que variavam em aspecto, sabor, densidade e aroma. “Buscamos saber se há aceitação do produto por parte de quem irá consumi-lo. De nada adianta descobrirmos a forma de cultivo com maior produção de substâncias benéficas se não agradar o consumidor”, explica Mariana.
Os refrescos servidos como amostras foram preparados de diferentes formas a partir do fruto com o objetivo de chegar a melhor combinação de valor nutricional e aceitação do produto.
“Cada refresco foi preparado com maracujás cultivados de formas controladas. A partir daí, é possível escolher, com base em uma análise laboratorial, qual deles possui a maior concentração de substâncias benéficas e não tem rejeição do cliente”, pondera.
As frutas pesquisadas por Mariana são submetidas à variação de controle de irrigação, estação do ano e forma de cultivo (se latada ou em muro). Além da forma de preparo do refresco, batido com ou sem semente, coado ou não.
“Essa é uma parceria com a Embrapa Cerrados e trabalhamos dentro da linha de alimentos funcionais e exploração da biodiversidade do cerrado brasileiro. Buscamos descobrir propriedades relacionadas a esse fruto que não consumimos em larga escala”, conta a professora Lívia. Ela acredita, com base em pesquisas na região em que o fruto é consumido, que ele poderá ser usado para prevenir doenças. “Incluir as sementes no refresco pode potencializar os efeitos de prevenção, por isso, a importância da análise sensorial”, finaliza.