Projeto Erica busca mapear dados sobre peso, atividades e hábitos alimentares de cerca de 2,7 mil alunos do DF.

Um importante mapeamento da saúde dos adolescentes do Distrito Federal começará a ser feito a partir desta quarta-feira (4), em pesquisa executada pela Universidade de Brasília (UnB). Trata-se do Erica, Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes, que vem sendo realizado em todo o Brasil, sob responsabilidade do Ministério da Saúde, em parceria com universidades e centros de pesquisa. Pela UnB, está à frente a professora Kênia Mara Baiocchi de Carvalho, que também coordena o Programa de Pós-Graduação em Nutrição Humana, na Faculdade de Ciências da Saúde (FS).


A coleta de dados do Erica será feita diretamente nas escolas. "O projeto pretende ser uma grande fotografia da saúde dos adolescentes do DF e do Brasil inteiro", explica Baiocchi.  Segundo a pesquisadora, 2,7 mil alunos de 43 escolas do Distrito Federal – 33 públicas e dez particulares - farão parte do estudo. "Teremos o mapeamento detalhado da alimentação, do peso, dos hábitos e das atividades dos adolescentes, dentre outros dados", informou.


Alertado por um problema em escala mundial, o sobrepeso e a obesidade de parcela significativa da população, o governo brasileiro começou a coletar dados em 2006. Naquele ano, o índice da população maior de 18 anos acima do peso ideal era de 43%. Pesquisa divulgada nos últimos dias mostra que esse número subiu para 51%. O número de obesos no país também cresceu, indo dos 11% para os atuais 17%.


Com o Erica, o governo objetiva avaliar a presença de fatores de risco cardiovasculares em adolescentes de 134 municípios brasileiros. Segundo o Ministério da Saúde, a iniciativa visa à promoção de estratégias de detecção, prevenção e tratamento de doenças crônicas na população brasileira.


METODOLOGIA -
 A primeira escola a receber uma das quatro equipes coordenadas pela professora Baiocchi será o Centro de Ensino Médio 404 de Santa Maria. Os estudantes que participarão da pesquisa terão algumas medidas corporais anotadas e responderão a um questionário que ajudará a montar o mapa de sua rotina alimentícia e seu estilo de vida, como o consumo de álcool, tabaco e prática de atividades físicas.


A coleta dos dados será feita com tecnologia semelhante à adotada pelo IBGE em suas pesquisas, utilizando aparelhos eletrônicos manipulados pelo próprio entrevistado, os PDAs, que enviam as informações diretamente para um banco de dados central.


Parte dos estudantes - 1,7 mil deles - fará ainda uma coleta de amostra de sangue, para mapear índices de elementos como gordura, açúcar e insulina no corpo do adolescente. Kênia Baiocchi esclarece que a coleta só será feita com os alunos portadores de autorização dos responsáveis.


Ao todo, 129 turmas de estudantes entre 12 e 17 anos do ensino fundamental e médio do Distrito Federal participarão da pesquisa, planejada para ser concluída em novembro. Em âmbito nacional, o estudo deverá ser concluído em julho do ano que vem. Ao todo, serão pesquisados 134 (49%) dos 273 municípios com 100 mil ou mais habitantes, correspondendo a um total de 3.753 turmas, em 1.251 escolas, totalizando 75.060 alunos a serem avaliados no estudo.