Com uma vasta aplicabilidade, a pesquisa em Biologia Molecular contribui com ações tão distintas como tratamentos médicos, produção de combustíveis e aperfeiçoamento da indústria têxtil. Com os objetivos de discutir as pesquisas em desenvolvimento na Universidade de Brasília e de compartilhar conhecimento com pesquisadores de outros centros de estudo, acontece nesta semana, no Instituto de Ciências Biológicas (IB), o II Simpósio de Biologia Molecular da UnB. Cerca de 120 alunos do Mestrado e do Doutorado da área participam do encontro, realizado no ano em que o programa de pós-graduação em Biologia Molecular da UnB completa 40 anos.
“Todas as grandes áreas da Biologia Molecular convergem para uma questão essencial para o país: a biotecnologia. Essa é uma grande demanda da sociedade brasileira e um dos focos do programa Ciência sem Fronteiras”, afirma o professor Marcelo Brígido, coordenador da pós-graduação em Biologia Molecular da UnB, ressaltando a excelência do curso da UnB, nota 6 na Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
Organizado por estudantes da pós-graduação, os temas de discussão no simpósio foram divididos em seis grandes áreas: bioquímica, imunologia, biologia celular, biofísica, microbiologia e biotecnologia. “O primeiro simpósio foi realizado no ano passado. Nosso objetivo é que esse encontro aconteça todos os anos”, diz Fernanda Costa, da comissão organizadora e estudante da pós-graduação em Biologia Molecular desde o início deste ano.
Seu colega de Mestrado e da comissão organizadora, Guilherme Ribeiro, afirma que o encontro é uma excelente oportunidade para intercâmbio de pesquisas, em um contexto mundial em que esses estudos ganham importância crescente. “Este é o século da Biologia Molecular”, acredita.
A avaliação de Guilherme se fortalece com o amplo alcance e a grande utilidade das pesquisas na área de conhecimento. Paulo Amaral, ex-aluno do IB e atual pesquisador da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, trouxe aos participantes do simpósio sua experiência com tecnologias genômicas. “O estudo do DNA é cada vez mais acessível. Cada vez mais essa prática vai permear as atividades da Medicina. Há uma lista de doenças ligadas a defeitos genéticos. Muitas doenças de causa não identificada podem ser reconhecidas e tratadas a partir do sequenciamento do DNA”, diz Paulo. O laboratório de Biologia Molecular da Universidade de Cambridge, onde Paulo faz pós-doutorado, foi o responsável por desvendar a estrutura do DNA, em 1953.
Outra aplicação resultante de pesquisa em Biologia Molecular refere-se ao uso de enzimas na indústria têxtil, exemplifica a estudante Fernanda Costa. Graças a estudos do tipo, a indústria têxtil faz uso de enzimas nas fases de fiação, tingimento e acabamento dos tecidos, impactando em aspectos como a limpeza da superfície e a redução das pilosidades do material.
Nessa quarta-feira, 14, participará do simpósio o biólogo Ivan Lima, formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), que faz pós-doutorado na Agência Espacial Americana (NASA). Ele falará sobre o empreendimento científico da astrobiologia na NASA.