Sistema é direcionado a órgãos de controle de qualidade e fornecedores.

Kit de formol e metanol
Foto: Melina Fleury/Facto Agência

O sistema de verificação visa aos órgãos de controle de qualidade e fornecedores. Entretanto, qualquer pessoa física também pode adquirir os kits, projetados para fácil utilização. Na análise, todas as quantidades de reagentes são previamente medidas e a manipulação de amostras é minimizada. A instrumentação é didática. O resultado dos testes é expresso pela formação de cores, o que facilita a interpretação. “O kit vai garantir qualidade e segurança para o consumidor, com a vantagem do teste rápido”, afirma Arilson Onésio, um dos responsáveis pela Macofren.A empresa Macofren, pré-incubada no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT- UnB), irá comercializar kits para análise de formol e metanol em produtos comerciais. O objetivo é oferecer um material alternativo e simples para análises corriqueiras e imediatas, sem que haja necessidade de encaminhamento a laboratório. O kit de análise de metanol pode ser utilizado tanto em combustíveis quanto em bebidas alcoólicas. Já o de formol, em produtos alimentícios, cosméticos e de construção, por exemplo.


Em setembro deste ano, o protótipo do kit de detecção do metanol deverá ser finalizado. Esse mesmo modelo já foi feito pela empresa, no início do ano, para análise de combustível de uma rede de postos em São Paulo, após denúncias de adulteração. Pela demora e preço, os donos de postos, ao invés de solicitar exames a laboratórios, pediram à Macofren uma análise de fácil execução e que pudesse ser aplicada na hora do recebimento do combustível.


Renato Santana e Anilson Onésio
Renato Santana e Arilson Onésio são uns dos responsáveis pela Macofen. Foto: Juliana Perissê/Agência Facto

A empresa, que ainda está em processo de incubação, estima que os kits comecem a ser comercializados em novembro deste ano. Já a precificação está em fase de estudo, uma vez que os produtos ainda não foram devidamente inseridos no mercado.O metanol é tóxico e, quando ingerido, pode causar mal-estar, cegueira e até morte. Além disso, o metanol como combustível não é regulamentado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Portanto, sua utilização é crime, passível de multa e interdição do estabelecimento que o comercializa. Já o formol causa irritação e severas agressões quando em contato com o corpo. A ingestão dele pode causar até queimaduras internas. Alguns estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam o formol como potencial agente cancerígeno.


Guilherme Bandeira (26), Arilson Onésio (25) e Renato Santana (24) cursam doutorado em Química na UnB e são os responsáveis pela Macofren. Além da comercialização dos kits, os serviços a serem oferecidos pela empresa, pré-incubada desde o início de 2013, são, principalmente, análises de combustíveis e de solo, ao aferir qualidade ou propriedades deles. Também há a opção da consultoria, que busca sanar dúvidas e encontrar soluções envolvendo esses setores. A Macofren é vinculada ao Laboratório de Materiais e Combustíveis e ao Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico, ambos da UnB.