Experimento abrangeu cinco edifícios no campus Darcy Ribeiro. Técnica já se mostrou eficaz em São Sebastião, com redução no número de Aedes aegypti

Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB
A ovitrampa, armadilha de ovos das fêmeas Aedes aegypti, é uma das técnicas utilizadas no projeto da UnB

 

 

Um mosquitinho pequeno, mas que causa grande preocupação. Trata-se do Aedes aegypti, agente transmissor de doenças, como dengue, Zika e chikungunya. Para combater sua proliferação, pesquisadores da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade de Brasília têm apostado em uma nova estratégia desde janeiro de 2017: usar o próprio mosquito para espalhar um inseticida.

 

A técnica tem se mostrado eficaz. Em seis meses, houve queda de quase 50% na quantidade de Aedes aegypti em quatro prédios do campus Darcy Ribeiro, locais escolhidos para a intervenção. O dado foi obtido em comparação com a população do mosquito em um quinto prédio da UnB, selecionado como área controle – termo utilizado para designar a que não sofre diretamente a intervenção de combate ao inseto.

 

O experimento já foi realizado com sucesso em São Sebastião, região administrativa do Distrito Federal. Após 18 meses de estudo, os pesquisadores verificaram queda de 86% na quantidade de Aedes aegypti nos pontos de intervenção da cidade. Os resultados preliminares foram divulgados em março, e há novas conclusões após análises feitas em abril.

 

Além de se mostrar eficaz no combate ao mosquito, a metodologia em estudo na UnB tem outras vantagens. “O produto utilizado não faz mal à saúde de seres humanos, animais e plantas. O custo da intervenção é mínimo e, por isso, estamos falando de algo economicamente viável”, garante o docente Rodrigo Gurgel, coordenador da pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da UnB.

 

COMO FUNCIONA – Conduzido por pesquisadores do Núcleo de Medicina Tropical, o estudo avalia um novo método de combate aos focos de proliferação do Aedes aegypti. Trata-se de uma intervenção simples e barata, chamada de "estação disseminadora de pyriproxyfen" ou "estação de PPF".

Uma das estações de PPF da Faculdade de Medicina, colocada em lugar sombreado
Uma das estações de PPF da Faculdade de Medicina, colocada em lugar sombreado. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

A estação nada mais é do que um pequeno pote de plástico, semelhante a um vaso de flores, com a parte interna escura. O interior do pote é revestido com um tecido, para tornar a superfície mais aderente ao inseticida. Enche-se o pote com água até determinado nível, ponto exato onde será aplicado sobre o tecido um pó bem fino de pyriproxyfen, que é o larvicida atualmente adotado nas políticas públicas de combate ao mosquito da dengue.

 

O recipiente, então, é colocado em local sombreado e atrai as fêmeas de Aedes aegypti. “A fêmea busca um local para ovipor (colocar ovos), e a estação tem as condições adequadas. Ali ela se contaminará com o pó de PPF espalhado no tecido. Pequenas partículas desse pó ficarão em seu corpo e, quando ela seguir para outros criadouros disseminará o inseticida inativando mais focos de procriação”, detalha o docente Rodrigo Gurgel.

 

Gurgel destaca que a grande inovação do método é “colocar o mosquito para trabalhar a nosso favor”. Atualmente a deposição do produto é feita por agentes de saúde, que percorrem casas e espaços públicos identificando criadouros. “Por mais experiente que seja o profissional, alguns criadouros são difíceis de achar porque ficam em locais escondidos como calhas ou bueiros. Ninguém melhor que a própria fêmea do mosquito para saber onde estão seus criadouros e disseminar o inseticida”, analisa Rodrigo Gurgel.
 

OUTROS MÉTODOS – Para avaliar o impacto das estações de PPF, os pesquisadores monitoram a população de Aedes aegypti nos locais em estudo. Assim, são utilizados dois métodos: aspiração de mosquitos e detecção de ovos por Ovitrampa (armadilha de ovos).

 

O primeiro método utiliza um aparelho aspirador que suga os mosquitos do ambiente em questão. A regra de contagem considera o número de mosquitos capturados a cada dez minutos de aspiração. Os insetos apanhados são armazenados em recipientes identificados pela localização e, posteriormente, o reconhecimento da quantidade e do tipo de mosquito coletado é feito em laboratório.

 

A mestranda Hanid Versiana com o aspirador elétrico capturando mosquitos na UnB. Foto: Luís Gustavo Prado/Secom UnB.
A mestranda Hanid Versiani captura mosquitos na UnB com uso do aspirador elétrico. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Já a ovitrampa é uma armadilha semelhante à estação disseminadora de PPF. Trata-se também de um pote escuro com água parada, mas a diferença é que neste há a inserção de uma palheta de eucatex (pequena tira de madeira), que nesse caso funciona como superfície áspera atrativa ao mosquito. “A fêmea ovipõe na palheta. Semanalmente recolhemos a palheta e levamos para o laboratório, onde contamos o número de ovos depositados. Com esse dado é possível estimar a quantidade de mosquitos presente no local”, esclarece Gurgel.

 

A aspiração e a contagem de ovos na Ovitrampa são feitas mensalmente. Dessa forma, é possível reunir os dados sobre a população do mosquito antes, durante e após a intervenção com as estações de PPF.

 

UNIVERSIDADE – O experimento no campus Darcy Ribeiro aconteceu entre outubro de 2018 e março de 2019. Cinco prédios da Universidade serviram de campo de estudo: Faculdade de Medicina; Hospital Universitário de Brasília (HuB); Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas (Face) / Faculdade de Direito (FD); Instituto Central de Ciências (ICC); e Faculdade de Tecnologia (FT). A Face e a FD foram considerados em conjunto pela proximidade física. A FT funcionou como área controle, pois não recebeu intervenções com o larvicida.

 

O experimento envolveu cem pontos de amostragem, sendo que cada prédio teve dez pontos com ovitrampas e outros dez com aspiração. Por meio das primeiras, foram detectados quase 13 mil ovos de Aedes ao longo de todo o estudo. Nos locais que receberam o inseticida, a média de ovos antes da intervenção foi de 114 por ovitrampa, e após a intervenção caiu para 52. Isso significa uma redução de quase 52% na quantidade de ovos.

 

“Se há menos ovos, é porque menos fêmeas estão ovipondo. Isso significa que, de fato, houve uma redução na quantidade de mosquitos, cuja causa é a contaminação das fêmeas com o larvicida e sua consequente disseminação para outros criadouros”, comenta Gurgel.

 

Já com a aspiração foram capturados 907 mosquitos, sendo 75% de Aedes aegypti – os demais foram identificados como Culex quinquefasciatus (pernilongo comum). Ao final do estudo verificou-se a redução de 50%, em média, no número de mosquitos nos pontos com uso do inseticida. Antes da intervenção, a média foi de 3 fêmeas de Aedes aegypti capturadas a cada dez minutos; durante a intervenção, o número caiu para 1,5. Além disso, na área controle a média passou de 2,5 fêmeas de Aedes /10 min aspiração para 2,2.

 

“Os resultados comprovam a redução da quantidade de Aedes nas áreas com estações disseminadoras de PPF, número que contrasta com a quantidade de mosquitos praticamente estável na área controle”, analisa o professor da UnB. Ele afirma que como todo o experimento foi realizado na estação chuvosa, é provável que o efeito climático não tenha grande efeito sobre o estudo. Novas análises serão realizadas para confirmar esta hipótese.

 

SÃO SEBASTIÃO – O primeiro experimento do projeto aconteceu em São Sebastião, a cerca de 20 km do centro de Brasília. A cidade foi escolhida por ter alta incidência de dengue e por ter dois bairros isolados entre si com distância suficiente para funcionarem como área de intervenção e área controle.

 

A intervenção ocorreu no Setor Residencial Oeste e o Residencial Bosque funcionou como área controle. As regiões são separadas por uma distância de dois quilômetros, além de uma barreira de vegetação formada por mata de galeria e por um parque ecológico. “Considerando a biologia do mosquito Aedes, que geralmente não se dispersa muito mais que 500 metros, a distância foi suficiente para que o mosquito da área controle não interferisse no resultado da área com intervenção”, detalha Gurgel.

 

O macho Aedes aegypti, à direita, possui antenas com mais pelos do que a fêmea. Imagem feita com uso de lupa. Foto: Luís Gustavo Prado / Secom UnB.
Uma das formas de diferenciar o sexo do mosquito Aedes aegypti é pelas antenas e pelo tamanho. O macho (à direita) possui antenas mais peludas, já a fêmea é maior. Imagem feita com uso de lupa. Foto: Projeto Aedes UnB

 

O estudo durou 18 meses, com início em janeiro de 2017 e término em junho de 2018. Foram selecionadas 60 residências em cada área para monitorar mensalmente os mosquitos por meio de aspiração e de ovitrampas, antes, durante e após a intervenção.  

 

Na etapa seguinte, foram colocadas estações de PPF em outras 150 residências na área de intervenção, com consentimento dos moradores. As estações permaneceram nas casas por 13 meses. Uma vez por mês a equipe do projeto retornava às casas para aplicar o larvicida nas estações.

 

A etapa final consistiu na retirada das estações de PPF e a contagem dos mosquitos pelos dois meses seguintes. Em março deste ano, foram reunidos os resultados preliminares e em abril os pesquisadores avançaram nas análises.

 

A conclusão é de que na área de intervenção houve redução de 86% na quantidade de Aedes após a instalação das estações disseminadoras de PPF. A média antes do inseticida foi de 3,2 mosquitos Aedes aspirados a cada dez minutos, caindo para 0,5 durante o período de intervenção.

 

Na área controle também houve redução na quantidade de Aedes, porém de menor intensidade. A média antes da intervenção era de cerca de um mosquito a cada dez minutos e durante a intervenção passou a ser de 0,5.

 

“Isso revela que as estações foram eficientes em reduzir a quantidade de Aedes, já que ao final do experimento nós não detectamos mosquitos na maioria das casas. Nos lares em que ainda capturamos mosquitos, a quantidade deles foi bem menor”, comenta Gurgel.

 

Análise mais recente permitiu aos pesquisadores avaliar os diferentes fatores que contribuíram para a redução populacional de mosquitos. Isso porque, além das estações de PPF, fatores climáticos e a aplicação de inseticida químico UBV (ultra baixo volume), popularmente conhecido como fumacê, também ajudaram no combate. “A Secretaria de Saúde fez aplicação do controle químico UBV na região, principalmente nos meses de janeiro e fevereiro. Além disso, há interferência de fatores como chuva e temperatura”, explica o docente da UnB.

 

A partir de dados da Secretaria de Vigilância Ambiental e, por meio de uma modelagem computacional, os pesquisadores analisaram o efeito de cada variante. "Nossa conclusão é que a intervenção com estações de PPF foi o principal fator para explicar a redução da quantidade de mosquitos”, afirma Gurgel.

 

Taís Araújo, Hanid Versiani e Thaís Minuzzi participam da pesquisa coordenada pelo docente Rodrigo Gurgel. Foto: Luís Gustavo Prado/Secom UnB.
Taís Araújo, Hanid Versiani e Thaís Minuzzi participam da pesquisa coordenada pelo docente Rodrigo Gurgel. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

CIÊNCIA ONTEM E HOJE – As estações de PPF foram utilizadas inicialmente no Brasil por pesquisadores da Fiocruz Amazônia (Fundação Oswaldo Cruz). Entre 2014 e 2016, os estudiosos distribuíram mil estações disseminadoras de PPF em Manacapuru, na área metropolitana de Manaus. Um dos resultados obtidos foi a redução de 80% a 90% no número de larvas de mosquitos detectadas da região.

 

"Soubemos do êxito e nos interessamos em realizar a pesquisa pela UnB. Foi então que conseguimos aprovar o projeto via Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF), com recursos para fomentar o estudo", conta Gurgel sobre o trabalho em parceria com Fernando Abad-Franch, um dos autores do trabalho da Fiocruz, que desde 2018 está na UnB como professor e pesquisador visitante estrangeiro.  

 

Na Universidade, o projeto já abriu oportunidades de pesquisa a oito alunos de graduação vinculados à Iniciação Científica, três acadêmicos de mestrado e uma estudante de pós-doutorado. Outros pesquisadores da Faculdade de Medicina participam do estudo, além de docentes da Faculdade UnB Ceilândia e de profissionais da Secretaria de Saúde do DF.

 

Estudante do décimo semestre de Ciências Biológicas, Taís Oliveira de Araújo é uma das participantes, cujo plano de trabalho está relacionado às ovitrampas. "Na água da ovitrampa colocamos uma infusão de feno (capim decomposto) para atrair a fêmea, porque ela procura locais com matéria orgânica para alimentar as larvas que eclodirão de seus ovos”, detalha a estudante sobre as armadilhas. 

 

Parte de seu trabalho consiste na contagem de ovos, após semanalmente recolher as palhetas das ovitrampas. “Colocamos as palhetas em bandejas com água e acompanhamos a cada dois dias para determinar a taxa de eclosão dos ovos", acrescenta a graduanda.

 

As palhetas manuseadas por Taís têm 15 centímetros de comprimento. Entretanto, seu trabalho de contagem dos ovos é dificultado porque as fêmeas colocam os ovos em um espaço concentrado, algo em torno de cinco centímetros. "Elas ovipõem na região da palheta localizada na linha d’água, então os ovos ficam aglomerados. Já encontrei palhetas com até 700 ovos. Uso uma lupa para fazer a contagem. É um processo minucioso, por vezes cansativo, e que exige bastante atenção", compartilha Taís.

 

Mestranda em Ciências Médicas, Hanid Versiani contribuiu no projeto em atividades, como aspiração dos mosquitos, identificação das espécies em laboratório e detecção dos vírus nos mosquitos. "Após a aspiração, colocamos os mosquitos no freezer para adormecerem, mas sem matá-los. Dessa forma podemos manuseá-los. Com uso da lupa separamos Aedes e Culex (pernilongo comum), e machos e fêmeas", conta Hanid.

 

As fêmeas de Aedes aegypti e de Culex quinquefasciatus também são investigadas pela bióloga dra. Thaís Minuzzi, à época bolsista de pós-doutorado da FAP-DF. “Extraímos o RNA total de cada amostra e amplificamos o material genético por meio da técnica conhecida como RT-qPCR. Essa técnica, utilizada na biologia molecular, consegue detectar se os vírus dengue, zika ou chikungunya estão presentes na amostra por meio do RNA viral", detalha Minuzzi.

 

Ao todo, 196 amostras foram testadas. Cada amostra reúne um pool de até dez fêmeas de Aedes aegypti. Seis delas foram positivas para os vírus dengue, zika ou chikungunya. Isso indica que 3% das amostras estavam positivas com pelo menos um dos vírus. Apesar de parecer pequena, a taxa tem risco potencial, já que durante sua vida uma única fêmea pode picar cerca de 300 pessoas.

 

Além de comprovar a circulação dos vírus nas fêmeas capturadas em São Sebastião, Minuzzi destaca outro resultado inédito do trabalho. “Fizemos a extração do RNA total de apenas um único mosquito e foi verificada a presença concomitante do vírus dengue, zika e chikungunya.  Apesar de não ser uma novidade no meio científico, é o primeiro relato no DF".

 

Com uso de lupa, a universitária Taís Araújo faz a contagem de ovos de Aedes na palheta de eucatex.
Com uso de lupa, a universitária Taís Araújo faz a contagem de ovos de Aedes na palheta de eucatex. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

A análise também foi feita nos pernilongos, já que estudos anteriores apontaram a presença do vírus zika nessa espécie de mosquito. "Nosso estudo encontrou o vírus zika em amostras de Culex quinquefasciatus. Mas, apesar do resultado positivo, não podemos afirmar que ele transmite a doença. Para que se torne um vetor da doença, é preciso que o vírus multiplique, dissemine e acabe infectando as glândulas salivares do mosquito. Assim, ao se alimentar, o mosquito acaba liberando o vírus. No entanto, nossa pesquisa não teve essa abrangência", esclarece Minuzzi.

 

No momento, a pesquisadora aguarda o resultado do sequenciamento completo das amostras positivas para identificação das linhagens virais presentes no DF e comparação com as linhagens que circulam em outras regiões do Brasil. “Espero que até julho esse resultado esteja pronto para seguirmos com a publicação da pesquisa”, adianta Minuzzi.

 

Para as próximas etapas de estudo, a equipe está de olho nos dados da UnB. Um dos objetivos é detectar o RNA viral nos mosquitos capturados nos prédios da instituição, visando checar positividade dos insetos, assim como foi feito para as amostras de São Sebastião. A graduanda Taís Araújo vê na continuidade da pesquisa uma oportunidade de seguir atuando em sua vocação profissional.

 

"Sempre gostei de estudar insetos. Anteriormente pesquisava abelhas.  Nesse projeto pude descobrir a área que realmente desejo seguir, que é a entomologia médica – estudo dos insetos aliado à importância médica. Assim, posso atuar na área que é a minha paixão e ainda contribuir para a saúde pública”, conta a universitária.  

 

“Em São Sebastião tive contato próximo com a população por quase dois anos. Foi uma oportunidade de ver de perto a comunidade se beneficiando das pesquisas que desenvolvemos dentro da universidade”, conclui Taís Araújo.

 

INSETICIDA – O Pyriproxyfen pertence ao grupo químico éter piridiloxipropilico. A substância foi adotada pelo Ministério da Saúde a partir de 2014, em virtude da resistência desenvolvida pelo Aedes aegypti ao produto utilizado anteriormente, o temephós.

 

O PPF atua sobre o inseto de modo semelhante ao hormônio de sua fase juvenil e, por isso, inibe seu crescimento e desenvolvimento de suas características adultas, como asas e maturação de órgãos reprodutivos. “A pupa ou larva pode até ficar viva, mas dificilmente chegará à fase adulta, único estágio em que o vírus pode ser transmitido ao ser humano”, explica Gurgel.

 

O uso tradicional do produto é em formulação granulada. Para uso na estação de PPF foi preciso transformar os grânulos da substância em um pó bem fino para que fosse possível impregnar o corpo do mosquito com o inseticida. Segundo Gurgel, “é preciso uma pequena quantidade da substância, na ordem de 0,012 partes por bilhão da substância, para tratar um criadouro por até quatro meses”.

 

Além de ser uma ação potente e sem riscos à saúde, a intervenção também tem custo atrativo: cada estação de PPF sai por menos de R$ 4. “Nosso objetivo no futuro é fazer as estações disseminadoras reciclando garrafas pet, diminuindo muito os custos da intervenção”, adianta Gurgel.

 

 

Arte: Marcelo Jatobá/Secom UnB.
Os seis estágios da vida do mosquito Aedes aegypti. Arte: Marcelo Jatobá/Secom UnB

 

 

ENTENDA O ciclo de vida do vetor Aedes aegypti é de sete a dez dias e apresenta quatro fases: ovo, larva, pupa e mosquito adulto. Os ovos são colocados pelas fêmeas adultas, quase sempre em paredes de recipientes com água, bem próximos da linha d’água. Esse vetor depende de depósitos com água parada para que seus ovos possam se desenvolver.

 

Depois que os ovos são banhados pela água, as larvas eclodem. A fase seguinte, ainda em ambiente aquático, é a das pupas que, por fim, se transformam em mosquitos adultos, únicos capazes de voar e de continuar o ciclo de reprodução que gera novos vetores. Somente a fêmea adulta pica humanos, com potencial de transmitir doenças caso esteja portando vírus.

 

O inseticida pyriproxyfen atua na fase juvenil do Aedes aegypti, evitando sua maturação até a fase adulta. Dessa forma, interrompe-se o ciclo do vetor, impedindo que haja transmissão de vírus ao ser humano.

 

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