Moderna, segura e pensada para atender cada paciente de forma individualizada. Essa é a Unidade de Farmácia Clínica do Hospital Universitário de Brasília (HUB), instituição vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O setor passou por diversas mudanças nos últimos anos e atualmente oferece um serviço personalizado. O sistema utilizado é o de dispensação individualizada, pioneiro entre as instituições públicas do Distrito Federal.
"As mudanças na farmácia ocorreram no sentido de melhorar a assistência ao paciente e de ensinar melhor dentro do hospital. Começamos com a estruturação e padronização de todos os medicamentos, o que traz segurança para quem prescreve e para o paciente. Hoje, temos uma gestão de medicamentos de referência para toda a região Centro-Oeste e para a rede Ebserh", explica o superintendente do hospital, Hervaldo Sampaio Carvalho.
KITS INDIVIDUALIZADOS - O processo funciona por meio da montagem de kits, que contêm os medicamentos necessários para cada paciente, separados e selados por horário de uso, seguindo a prescrição médica. A medida aumenta o controle e a segurança.
"Além de ficar mais fácil para a enfermagem conferir o medicamento que está recebendo, melhora o controle, a segurança, gera economia e indicadores, o que é importante para saber a qualidade da nossa assistência", afirma o chefe do Setor de Apoio Terapêutico, Bruno Gedeon.
A montagem é feita por meio de uma máquina unitarizadora, responsável pelo fracionamento dos medicamentos apresentados em forma de comprimido e de ampola. O equipamento separa cada unidade do produto em uma embalagem plástica, que contém dados relacionados ao nome, à dosagem e à apresentação do remédio, além de um código de barras para conferência dessas informações.
A mudança mais recente é a utilização de kits também na realização de cirurgias. Para cada procedimento, é montada e entregue uma embalagem plástica com todo o material necessário para a anestesia, representando mais uma forma de controle e segurança em um momento delicado na vida do paciente.
A Coordenadoria de Gestão de Tecnologias em Saúde da Ebserh, responsável pelo serviço de gestão da farmácia clínica das instituições filiadas, acompanha as melhorias implantadas no HUB. A coordenadora Sammara Tavares Nunes elogia o trabalho. "Todas essas mudanças asseguram a qualidade dos medicamentos e dos materiais a serem entregues aos pacientes e permitem o uso mais racional. Isso mostra o nível de maturidade do hospital, que caminha para se tornar referência na gestão de farmácia para a rede Ebserh", garante Sammara.
ECONOMIA - Desde que o sistema foi adotado, as unidades de farmácia do hospital dispensam apenas o quantitativo de medicamentos suficiente para um dia. A equipe também faz visita diariamente nas diversas clínicas do HUB, recolhendo os remédios que não foram utilizados pelos pacientes e racionalizando os custos do tratamento medicamentoso.
"Cada kit vale para 24 horas. Isso facilita a devolução do medicamento para a farmácia, porque tudo aquilo que não foi utilizado tem que ser devolvido", completa Bruno Gedeon.
A atuação dos farmacêuticos também mudou. Os profissionais do HUB participam ativamente das discussões e decisões sobre o tratamento e os procedimentos que devem ser adotados para cada paciente.
"Hoje nós temos farmacêuticos clínicos dentro das enfermarias discutindo, com as equipes multidisciplinares, a prescrição farmacoterapêutica dos pacientes, o que trouxe grande ganho de segurança do paciente, de ensino, de estruturação e de educação continuada", diz o superintendente Hervaldo Carvalho.
PSICOTRÓPICOS - O HUB ainda padronizou os carrinhos de emergência e as caixas chamadas psicobox, que contêm medicamentos psicotrópicos e controlados que precisam ser armazenados de forma diferenciada. As psicobox do HUB estão lacradas e os medicamentos só são repostos quando usados e com prescrição médica.
Os psicotrópicos são obrigatórios em todo hospital para uso em casos de emergência, como paradas cardíacas e reações anafiláticas. Se usados de forma errada ou indiscriminada, esses medicamentos podem causar efeitos colaterais, como dependência.
VISITA - Recentemente, um grupo de farmacêuticos da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) visitou as instalações do HUB. "O que mais me chamou atenção foi o emprego de tecnologia com o objetivo de otimizar o serviço, como o uso dos códigos de barra e das máquinas unitarizadoras, incomum no serviço público. O avanço foi muito grande, é uma nova farmácia", afirmou o chefe do Núcleo de Farmácia do Hospital Regional do Paranoá, Felipe Ferreira.