Pesquisadores analisam ossada de titanossauro de 70 milhões de anos descoberto no interior de São Paulo. Réplica do animal deve ser construída por meio de impressora 3D.

Foram cinco anos de trabalho até a chegada à UnB de um fóssil de titanossauro réptil herbívoro que viveu há cerca de 70 milhões de anos. Envoltos em gesso, os últimos pedaços do animal chegaram ao campus de Planaltina em março, vindos de Marília, interior paulista, região onde o dinossauro foi encontrado.


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 “Essa é a primeira vez que um fóssil de dinossauro é estudado na Universidade de Brasília”, diz o professor Rodrigo Santucci, coordenador da pesquisa na UnB. "O paleontólogo William Nava me ligou assim que achou a ossada em 2009 a 20km de Marília”, lembra ele. No local, foram encontrados fragmentos do crânio, parte das vértebras do pescoço, tronco e cauda, algumas costelas e pedaços da bacia, do fêmur e das patas de um titanossauro que pode ter pesado 10 toneladas e chegado a 15 metros de comprimento. Santucci acredita que a maior parte da cauda tenha sido perdida durante a construção da rodovia. "Mesmo assim, a ossada representa mais da metade do animal e um dos maiores fósseis de dinossauro encontrados no Brasil", observa.

Esqueleto de Dinossauro
Em laranja, os ossos achados pelos paleontólogos

ESCAVAÇÕES – Para remover o esqueleto, mais de cinco mil toneladas de pedras foram retiradas com a ajuda de tratores e britadeiras. "O local das escavações virou atração turística na época", diz Santucci. O pesquisador explica que dinossauros são mais encontrados em regiões com rochas sedimentares onde há pouca água e vegetação, caso dos desertos. “A região de Marília é famosa por esse tipo de fóssil”, afirma o professor, que há vinte anos trabalha com o tema. 

Professor Rodrigo Santucci: "Mais de vinte espécies de dinossauros foram achadas no Brasil". Foto: Isa Lima/Secom UnB


A pesquisa conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).  


DINOSSAURO NA UnB –
 O pesquisador lista uma série de atividades que vão ser realizadas nos próximos cinco anos na Faculdade UnB Planaltina (FUP), onde o fóssil está alojado. Ele cita a descrição dos ossos, a comparação deles com os de outras espécies e a produção de uma réplica do animal. “Podemos fazer as peças por meio de impressora 3D, por exemplo”, explica. Ao final da pesquisa, a ossada será devolvida à Marília. “Uma réplica do titanossauro também será construída para ser exposta no Museu de Paleontologia da cidade”, conta. Também está prevista a reconstituição do ambiente em que o dinossauro viveu. “Há marcas de raízes e plantas nas rochas que podem ajudar na reconstrução desse cenário”, aponta. Além da UnB, participam do projeto pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), do Museu de Paleontologia de Marília e da Fundação Educacional de Fernandópolis, em São Paulo.


Veja a cobertura da UnBTV:

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