Dentes e ossos encontrados em quatro sítios arqueológicos brasileiros foram analisados no laboratório de Geocronologia da UnB. O objetivo? Conhecer um pouco mais sobre a origem e os hábitos alimentares de povos pré-históricos e africanos desembarcados no Brasil ainda nos tempos da escravidão.

Dentes e ossos encontrados em quatro sítios arqueológicos brasileirosO trabalho, que virou tese de doutorado no Instituto de Geociências sob a orientação do professor Roberto Ventura Santos, é do bioarqueólogo Murilo Quintans Bastos. “A ideia surgiu do interesse de pesquisadores da Fiocruz, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da UnB”, lembra.


“Análises isotópicas vêm sendo feitas desde a década de 80 no exterior e têm gerado resultados interessantíssimos sobre migrações, origem geográfica e modo de vida de populações antigas ao redor do mundo”, conta Bastos.


Segundo o pesquisador, esse tipo de estudo – baseado na análise de elementos químicos, como estrôncio, carbono e nitrogênio – era muito novo no Brasil em 2007, quando ele iniciou o mestrado no Rio. Naquela ocasião, ele analisou ossadas pré-históricas encontradas em dois sítios arqueológicos no litoral de Santa Catarina.

Dentes e ossos encontrados em quatro sítios arqueológicos brasileiros


No doutorado, Bastos analisou material de dois outros sítios: Cemitério dos Pretos Novos, no Rio, e Catedral da Sé, em Salvador. Diferente das ossadas catarinenses, foram analisados também isótopos de carbono e nitrogênio presentes nos dentes dos escravos para obter mais dados sobre os hábitos alimentares deles.


Mesmo não sendo possível apontar o local de origem exato desses indivíduos na África, “os resultados indicam uma grande diversidade de origens geográficas”, diz Bastos. “Com relação à alimentação, a maior parte deles consumia vegetais”, completa. 


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