UnBeatables, da Faculdade de Tecnologia, conquistou primeiro lugar em campeonato mundial disputado na China

 

Foto: Isa Lima/UnB Agência

Os robozinhos RoNAOdo e NAOmar não são tão famosos quanto os brasileiros Ronaldo e Neymar, mas foram batizados com os nomes desses jogadores por muitos motivos. Assim como os atletas, eles são bons de bola, internacionais e colecionadores de títulos. A última conquista foi o bicampeonato mundial na RoboCup 2015, competição de futebol voltada para robôs que, neste ano, foi disputada na China.


Os humanoides são programados pela UnBeatables, equipe de robótica que integra um projeto da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (FT/UnB). A iniciativa reúne professores e alunos de vários ramos da Engenharia, principalmente da Mecatrônica.


Com o apoio do Decanato de Ensino de Graduação (DEG), da FT e da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), sete estudantes e um professor foram para Hefei, cidade chinesa localizada a cerca de mil quilômetros da capital Pequim.


No local, o grupo conquistou o primeiro lugar na categoria Drop-in Only da RoboCup, modalidade em que robozinhos de diversos países são divididos em times para a disputa de várias partidas de futebol. O vencedor foi o que somou mais pontos ao final dos jogos.


“Cada ação é avaliada. O objetivo é fazer da sua máquina o melhor jogador em campo, dar os melhores passes, chutar e marcar gol, não fazer pontos negativos, se localizar bem no campo”, explica De Hong, estudante do 9º semestre de Engenharia Mecatrônica.


“Nossa equipe era a única formada apenas por alunos de graduação. Todas as outras tinham professores, mestres, doutores. Foi uma experiência ótima, a disputa, a viagem, o contato com novas culturas e com os próprios pesquisadores. O campeonato era muito competitivo e de excelente nível técnico”, relata Felipe Dalosto, aluno do 4º semestre de Engenharia Mecatrônica.

 

Diferente das outras equipes, o grupo adotou uma estratégia mais defensiva para ganhar o troféu. “No jogo, todos os robôs iam para a bola, atropelavam uns aos outros, faziam faltas e, consequentemente, perdiam pontos. Nossa postura foi de oferecer maior suporte e apoio para a defesa, tentando ir para a bola com cuidado”, conta a estudante Cristiana Miranda.

 

APRENDIZADO – De Hong é um dos alunos que há mais tempo participa da UnBeatables e, para ele, é muito nítida a evolução do seu conhecimento sobre vários aspectos da robótica. “Amadurecemos nas técnicas, nos processos, nos códigos. Aprendemos a trabalhar em equipe, a superar os nossos erros e, inclusive, a buscar apoio financeiro para os nossos projetos”, conta.

 

O professor Antônio Padilha, da Faculdade de Tecnologia, ressalta que as competições são uma simulação do mundo real e, por isso, um complemento significativo às disciplinas didáticas tradicionais, ministradas em sala de aula. “Eles têm que trabalhar em equipe, com pessoas desconhecidas, com prazo determinado, apresentando soluções para situações inesperadas. É um exercício de engenharia, de gestão de pessoas, de recursos e de comunicação”, pondera.

 

UnBeatables na RoboCup 2015, disputada em Hefei, na China. Foto: Reprodução

A participação nos campeonatos é uma excelente forma de fazer com que os alunos ganhem maturidade e confiança para desenvolver projetos diversos. Eles começam a enxergar que, de fato, podem resolver qualquer desafio apresentado. As contribuições são refletidas na formação profissional e pessoal do estudante e traz prestígio e visibilidade para a UnB”, comenta Mariana Bernardes, professora da Faculdade UnB Gama.

 

Do ponto de vista técnico, o software de programação dos robôs permite o “agir no ambiente” e os elementos têm aplicações diversas. Podem ser usados em inúmeros projetos de robótica, em fábricas, aviões, veículos, sistemas de monitoramento, diagnóstico médico, entre outros.

 

A iniciativa UnBeatables está sendo transformada em projeto de extensão e o objetivo, além da participação dos alunos em campeonatos, é promover atividades em escolas e hospitais para incentivar o interesse das crianças pela robótica e divulgar como o conhecimento tecnológico e científico pode impactar o dia a dia das pessoas.