A obra pode ser adquirida por meio do site de comércio eletrônico Amazon.com.
Para publicar a obra, as autoras fizeram uma consulta inicial com várias editoras. Porém, nem todas tinham interesse em publicação sobre o Brasil. “Ficamos felizes quando três aceitaram avaliar o livro – ou seja, encaminhar para pareceristas. Em geral, eles somente fazem isso quando já há boa perspectiva de publicação” relata Rebecca. Das três, uma queria direito exclusivo de avaliar, o que as levou a negociarem com as outras interessadas. “No final, ambas aceitaram o livro, e a escolhida foi Oxford”.
O argumento das autoras para a publicação é que a obra “teria múltiplos públicos, que não se encaixaria nos area studies ou nos estudos da América Latina, vistos por editoras como mercados muito restritos”. Rebecca salienta que o livro toca em uma questão ambiental cada vez mais importante – a proteção dos recursos hídricos – e tem o objetivo de usar o caso da gestão da água no Brasil como janela para engajar a literatura acadêmica mais ampla sobre como instituições políticas mudam.
Outro diferencial da obra é a abordagem utilizada, “teoricamente inovadora, que torna o livro interessante para cientistas e sociólogos políticos, mesmo se não tiveram interesse na gestão da água ou no Brasil, ou inclusive na América Latina” justifica a professora.
HISTÓRICO – A parceria entre as professoras surgiu de um projeto colaborativo no ano 2000, momento emblemático, pois havia grande expectativa sobre um novo marco legal na gestão de água – já existente em alguns estados – aprovado em 1997 como a Política Nacional de Recurso Hídricos. “Em 2000, reunimos com algumas pessoas que a Margaret conhecia e criamos o Projeto Marca d'Água, que envolveu cerca de 40 interessados no papel da participação da sociedade na política da água” pontua.
O Marca d'Água estava praticamente concluído em 2009, quando as pesquisadoras começaram a escrever um livro sobre o processo de transformação da política de água com o objetivo de usar o conhecimento que tinham para contribuir para teorias na ciência política de mudança institucional.
O livro foi lançado em agosto deste ano. “É difícil saber como será a recepção. Ainda não sabemos”. Mas as expectativas são boas. “Sabemos que um professor da Universidade de Oregon já o colocou como leitura obrigatória em uma disciplina de pós-graduação, o que nos alegrou muito!” comemora Rebecca.
Sinal que tem espaço para este tema é que elas tiveram um painel sobre o tema aprovado no último congresso da American Political Science Foundation, no qual se comemorou o lançamento do livro. O fato de o livro ter uma abordagem multidisciplinar pode dificultar sua colocação nas áreas temáticas existentes da ciência política. “Não sabemos se isso vai despertar interesse, ou acabar dificultando a aceitação do livro. Mas ainda está muito cedo para saber se o livro será notado por um público mais amplo”.