A pesquisa analisou e avaliou, por dois anos, molhos de catchup, polpas e extratos de tomate de três marcas conceituadas no mercado.
“Não existe produto livre desse tipo de contaminação, a presença de insetos e roedores é comum”, garante Grazielle Gebrim, autora da pesquisa Características físico-químicas e microbiológicas e ocorrência de micotoxinas em tomates frescos e processados. De acordo com a cientista, a contaminação ocorre no ambiente onde o fruto é cultivado. “Os ratos são uma das principais pragas de lavouras”, lembra. "Mas nada de alarde", tranquiliza Grazielle.
Pesquisas realizadas nos Estados Unidos, maior produtor mundial de tomate industrial, apontam que esse tipo de contaminação não causa nenhum prejuízo à saúde do consumidor. “Esses alimentos passam por um tratamento térmico, que garante a eliminação da possibilidade de transmissão de doenças”, afirma Grazielle. Para ela, o único fator de desconforto seria o estético.
Leonora Mattos, pesquisadora da Embrapa Hortaliças e coautora do estudo, afirma que os Estados Unidos e a Comunidade Européia definem uma porcentagem máxima desses contaminantes nos produtos atomatados. “Ninguém quer encontrar uma peruca de rato no catchup, mas qual o problema de encontrar vestígios microscópicos de pelo, se ele não vai causar nenhum mal?”, reforça.
Para as pesquisadoras, o Brasil deveria adotar uma legislação similar à dos Estados Unidos. “Isso beneficiaria o consumidor e a indústria brasileira”, defende Leonora. De acordo com ela, as empresas do país teriam menos dificuldade de entrar no mercado e concorrer com empresas estrangeiras que sequer passam por fiscalização. Já a população teria um benefício econômico, com a redução do custo do produto.