Não precisa se assustar, mas é provável que tenha pelo de rato no seu catchup. Segundo estudo realizado pela Universidade de Brasília e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é frequente a contaminação de atomatados por ácaros, fragmentos de insetos ou pelo de roedores.

Da UnB Agência
Foto: Mariana Costa/Secom-UnB

 

A pesquisa analisou e avaliou, por dois anos, molhos de catchup, polpas e extratos de tomate de três marcas conceituadas no mercado.


“Não existe produto livre desse tipo de contaminação, a presença de insetos e roedores é comum”, garante Grazielle Gebrim, autora da pesquisa Características físico-químicas e microbiológicas e ocorrência de micotoxinas em tomates frescos e processados. De acordo com a cientista, a contaminação ocorre no ambiente onde o fruto é cultivado. “Os ratos são uma das principais pragas de lavouras”, lembra. "Mas nada de alarde", tranquiliza Grazielle.

As pesquisadoras Leonora Mattos e Grazielle Gebrim em laboratório da Embrapa

Pesquisas realizadas nos Estados Unidos, maior produtor mundial de tomate industrial, apontam que esse tipo de contaminação não causa nenhum prejuízo à saúde do consumidor. “Esses alimentos passam por um tratamento térmico, que garante a eliminação da possibilidade de transmissão de doenças”, afirma Grazielle. Para ela, o único fator de desconforto seria o estético.


Leonora Mattos, pesquisadora da Embrapa Hortaliças e coautora do estudo, afirma que os Estados Unidos e a Comunidade Européia definem uma porcentagem máxima desses contaminantes nos produtos atomatados. “Ninguém quer encontrar uma peruca de rato no catchup, mas qual o problema de encontrar vestígios microscópicos de pelo, se ele não vai causar nenhum mal?”, reforça. 


Para as pesquisadoras, o Brasil deveria adotar uma legislação similar à dos Estados Unidos. “Isso beneficiaria o consumidor e a indústria brasileira”, defende Leonora. De acordo com ela, as empresas do país teriam menos dificuldade de entrar no mercado e concorrer com empresas estrangeiras que sequer passam por fiscalização. Já a população teria um benefício econômico, com a redução do custo do produto.