Competição de trabalhos do Mercosul condecorou cinco categorias 

 

Guilherme Martins Santos, professor do Departamento de Farmácia da Universidade de Brasília (UnB), ganhou Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia 2015 promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Santos foi reconhecido na categoria pesquisador sênior pelo trabalho Desenho e Desenvolvimento de Ligantes de Superfície Nucleossomal para Fins Terapêuticos.

Guilherme Santos ganhou Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia 2015 na categoria pesquisador sênior. Foto: Beatriz Ferraz/Secom UnB

 

A pesquisa tem demonstrado a possibilidade de nova estratégia farmacológica para o tratamento de diversas enfermidades. O objetivo do estudo é desenvolver linha de medicamentos que ajudem a controlar processos celulares que possam culminar no aparecimento de patologias como o câncer e doenças neurológicas. A intenção é regular a produção de proteínas por meio de ação direta na cromatina, macromolécula que empacota o DNA no núcleo das células.

 

O grande diferencial do estudo é tratar o nucleossomo, unidade fundamental da cromatina, como receptor de fármacos. O trabalho desenvolvido por Santos apresenta nova esperança para pacientes com câncer, doenças metabólicas, endócrinas e psiquiátricas.

 

A origem da pesquisa se deu em 2011, quando Guilherme Santos retornou de treinamento pós-doutoral no Laboratório de Biologia Molecular na Universidade de Cambridge, no Reino Unido. À época, assumiu posição de professor de Farmacologia na UnB. “Em grupo, hoje constituído por três mestrandos e dois doutorandos, observamos que as novas moléculas desenhadas inibem a proliferação de células tumorais. Isso é um achado fundamental. O próximo passo é observar a ação dessas substâncias em modelos animais”, comenta o professor.

 

Santos e Daniela Amato, professora do Departamento de Matemática, criaram uma startup, Nucleosantos Therapeutics, para iniciar a comercialização das novas substâncias. Nessa fase, é crucial a participação de investidores, tanto governamentais quanto da iniciativa privada.

 

PRÊMIO - A edição 2015 bateu recorde de participação, com 399 trabalhos inscritos. A chamada, que objetiva estimular a criação do conhecimento nos países do bloco, ocorre desde 1998. Foram premiadas cinco categorias: iniciação científica, estudante universitário, jovem pesquisador, pesquisador sênior e integração.

 

Com o tema Inovação e Empreendedorismo, as linhas de pesquisa da premiação abordaram temas como inovação tecnológica, geração de startups e gestão da informação. Os trabalhos inscritos concorreram a premiações que vão de US$ 2 mil a US$ 10 mil. No caso, o professor Guilherme Santos receberá US$ 5 mil.

 

O prêmio é organizado pelo MCTIC e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Conta com apoio institucional da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e do Movimento Brasil Competitivo (MBC), e patrocínio da Confederação Nacional da Indústria (CNI).