Pesquisadora mostra que falta de informações sobre o trabalho de quem faz ciência prejudica ensino de Química.

Motivada a estimular o interesse dos próprios alunos pelo conteúdo de Química que ensina todos os dias, Denise Cunha Sardenberg Bastos decidiu investigar como os adolescentes enxergavam a matéria. A primeira conclusão da professora, que dá aulas para o 3º ano do ensino médio, é que os estudantes não compreendem a origem das informações dos livros didáticos.


“Os estudantes mal se dão conta de que as informações contidas nos livros didáticos resultam de pesquisas científicas realizadas em laboratórios e instituições”, explica Denise. A falta de interesse e o desestímulo dos alunos levaram a professora a mudar as próprias aulas. A partir das dificuldades dos adolescentes, Denise definiu propostas de um material didático mais atraente para o ensino da disciplina durante o mestrado, cuja dissertação foi apresentada no Instituto de Química na sexta-feira, dia 16 de outubro.


Denise acredita que os professores precisam mostrar aos estudantes como se desenvolve o trabalho de um pesquisador. Além de mostrar os ambientes científicos em que eles atuam – os laboratórios –, ela defende mais contextualização das aulas, mostrando a aplicação do conhecimento científico na sociedade.


A professora analisou, na prática, como as aulas sobre combustíveis (petróleo e gás natural) poderiam ser mais interessantes para os adolescentes. Ela mostrou aos alunos quais os problemas que a sociedade enfrenta na produção de combustíveis e como eles são preparados laboratórios.


Na dissertação, a professora dá exemplos práticos de metodologias que podem ser usadas por educadores da área. “Com esse material, outros professores poderão fazer suas próprias proposições, traduzindo aos estudantes os problemas produzidos na sociedade”, conclui Ricardo Gauche, professor do Instituto de Química.