Em três meses de trabalho, Igor Moura e Filipe Tomé, ambos do programa de mestrado em Engenharia Biomédica, conseguiram montar um aparato que se acopla ao braço humano e é capaz de segurar e soltar objetos.

“Vimos na internet um modelo e decidimos fazer o nosso, que inova pela rapidez na montagem e por combinar plástico duro e flexível”, contam.

Alunos apresentam o projeto da mão biônica
Foto: Mariana Costa/UnB Agência

A mão foi feita numa impressora concebida e confeccionada na UnB, que é réplica de outra. O ex-aluno de Engenharia Eletrônica, Jeferson Andris, foi o responsável pela construção da máquina. “Fizemos uma vaquinha e com dois mil reais a fabricamos”, lembra.


Os alunos explicam que a prótese foi inspirada nas reais necessidades de um portador de deficiência. “No caso, ele tinha parte do antebraço amputado”, diz Igor. Além da parte mecânica, os alunos fizeram o processador eletrônico que lê contrações musculares. “A ideia é refinar os movimentos da prótese, utilizando eletrodos acoplados ao corpo do paciente”, explica Filipe.


Confira o vídeo:


A próxima etapa do projeto, segundo a equipe, é humanizar a mão biônica, com a ajuda do departamento de Desenho Industrial. "Depois que a prótese estiver clinicamente testada, entra a discussão ética”, completa o professor Marcelino Andrade, da Engenharia Biomédica, responsável por orientar o trabalho.


INTERDISCIPLINARIDADE –
O projeto da mão biônica faz parte de um grupo de pesquisa formado no ano passado, que busca estudar protótipos de modelagem rápida feitos no computador e fabricados por impressoras 3D. Na UnB, já existem três máquinas desse tipo em funcionamento: nos laboratórios de Engenharia Biomédica, de Desenho Industrial e de Arquitetura.


O projeto envolve desde o desenvolvimento de guias explicativos em formato multimídia para o uso correto das impressoras até a fabricação de próteses que possam melhorar a vida de quem possui alguma deficiência física. A equipe também busca parceria de arquitetos na adaptação dos espaços, o que ampliaria o alcance das chamadas tecnologias assistivas.


Segundo um dos pesquisadores do grupo, professor Roque Magno de Oliveira, que é administrador, vivemos a quarta revolução industrial "com as máquinas que se 'autofazem'”. “A Nasa [agência espacial norte-americana] tem utilizado essa tecnologia para produzir equipamentos no espaço em vez de levá-los prontos na viagem”, conta.


Para mostrar como a popularização da tecnologia pode mudar o dia a dia das pessoas, o professor cita o caso da Odontologia. “O próprio dentista poderá fazer a prótese, se tiver uma impressora 3D no consultório”, afirma.