Pequenos insetos podem significar grandes mudanças no rumo de investigações criminais. É o que mostra a pesquisa da mestranda do Instituto de Biologia (IB) Karine Brenda Cordeiro a respeito daCochliomyia macellaria (conhecida como mosca-varejeira). "Larvas de moscas são mais abundantes nos estágios iniciais da decomposição. Por isso, reconhecer as espécies que colonizam os cadáveres e conhecer seu ciclo de vida pode auxiliar nas estimativas de intervalo de morte", explica Karine. O estudo será apresentado na segunda-feira (16), no XXII Congresso Nacional de Criminalística, que ocorre de 14 a 19 de setembro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Segundo a pesquisadora, as espécies podem se comportar de modo diferente em regiões geográficas distintas. Por esse motivo, os estudos estão sendo feitos no Centro-Oeste, para que não seja necessário usar pesquisas realizadas em outros locais, em casos regionais. "O trabalho analisou a morfologia, o ciclo de vida e o tempo de cada fase do desenvolvimento de Cochliomyia macellaria, uma espécie endêmica no Brasil que já foi encontrada em cadáveres humanos", esclarece.
O XXII Congresso Nacional de Criminalística conta com o apoio da UnB e trará especialistas e autoridades para discutir as novas estratégias na área. Para a vice-reitora Sônia Báo, que comporá a mesa de abertura do evento, a investigação forense é de grande importância dentro das ações policiais e, no Brasil, tem gerado bons resultados. "Toda essa área envolve a universidade por conta de estudos e pesquisas de professores e estudantes da Biologia. Então, há essa força conjunta", aponta.
A apresentação do agente David Williams, do FBI, - a agência federal de investigação dos Estados Unidos - vai abrir o ciclo de palestras, na segunda- feira (16). Com o tema Pronta resposta em incidentes envolvendo armas químicas, biológicas e radiológicas, a conferência é um dos destaques do programa.
Esta é a terceira vez que Brasília sediará o congresso. O último foi realizado em outubro de 2011, na cidade de Gramado (RS), com o tema A Perícia Criminal à Luz dos Direitos Humanos. O primeiro evento foi realizado em 1947, em São Paulo, e somente em 1975, na terceira edição, em Porto Alegre (RS), o evento ganhou periodicidade e passou a ser realizado a cada dois anos.
SERVIÇO
XXII Congresso Nacional de Criminalística
14 a 19 de setembro
Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães
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