Foram dois anos de pesquisa para a arquiteta Ana Ceres Belmont concluir que a arquitetura dos prédios do Noroeste – um dos mais novos bairros residenciais de Brasília – pode levar a um maior consumo de energia se comparada com aquela construída nos primeiros anos da capital.
"Mesmo com a promessa de serem sustentáveis, o que a gente viu foi que os edifícios mais novos são menos eficientes", diz a pesquisadora.
Entre os motivos, ela cita as fachadas dos prédios e a divisão dos espaços internos. “Eles têm muito vidro e reúnem 4 a 6 apartamentos por andar. Por não serem vazados – com janelas dos dois lados –, os apartamentos perdem ventilação e iluminação natural."
Sob orientação da professora Claudia Amorim, a dissertação Eficiência energética de edificações residenciais em Brasília: uma comparação entre as Superquadras do Plano Piloto e o Setor Noroeste foi defendida no ano passado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília.
O trabalho, segundo a autora, compara prédios residenciais do Noroeste com os das superquadras do Plano Piloto.
Para Ana Ceres, a questão da eficiência energética não recebe a atenção que deveria na hora de construir, mesmo com as recorrentes crises no setor.
"A análise técnica pode mostrar como é possível economizar energia nas edificações sem perda do conforto ambiental", destaca.
CERTIFICAÇÃO – Além de medidas para economia de água, Ana Ceres explica que a pesquisa considera fatores como iluminação e ventilação natural. Outros aspectos observados são consumo de energia pelo sistema de iluminação e por aparelhos de ar condicionado.
"As edificações foram analisadas segundo normas criadas em 2011. Até então, apenas era avaliada a eficiência de eletrodomésticos", diz a pesquisadora, em referência ao Selo Procel Edifica.